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do limite

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  ... Coisa que aprendi a duras penas foi respeitar os meus limites. Aprendi na marra, experimentando, testando, extrapolando até. Confesso ter sido um aprendizado dolorido na medida em que percorri caminhos de maneira forçosa, talvez tentando provar a mim mesma de que era capaz.  E nem sempre somos, né não? Hoje consigo perceber todos os passos que meus pés aprendizes dão. Consciente da possibilidade de recorrer em erros, me acautelo. Sei até onde consigo ir. Sei até que ponto meu corpo suporta o peso oferecido. E pelo bem físico e emocional, recuo. Até mesmo para poder continuar avançando, resguardo-me. Tenho certa inveja de quem vira noites e dias numa lida compromissada. Admiro quem se entrega à exaustão em seu objetivo, individual ou coletivo. Aplaudo de pé quem consiga. E digo, de coração, já percorri esse caminho, com muito gás e o mesmo amor.  Mas a conta uma hora chega, minha gente. E digo, de coração na mão: não quero pagar o preço novamente, não... Marilene Ferreira de Olive

na vida, também...

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  ... Há quem olhe e veja somente espinhos. Há quem olhe e veja somente flores. Há ainda quem olhe e veja flores e espinhos. Tudo vai depender do olhar. E do instante de quem vê. Repara... Marilene Ferreira de Oliveira da série: "na vida, também" a foto é da  Linda Favarato  no grupo  Apaixonados por Flores

pés de passarinho

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,,, Ah, Mário... Se por aqui ainda andasses com teus pés de passarinho e letras aladas quintaneando o teu silêncio, confirmarias o alvo certo do teu aforismo sobre o tempo que, com passos assustadoramente fungíveis, engole fatos, fotos, ventos, velas, elementos, vulneráveis sentimentos que julgava enraizados em terreno sadio... Bem dissestes há tanto tempo e o dito permanece imutável. A não ser pelo próprio espaço que, caduco, não consegue acompanhar a avalanche de informações que chegam de toda parte e reparte a mente em tantos pedaços sem que cada parte partida absorva, verdadeiramente, o que há em cada fato. Os tempos são outros, Mário, são sim... Adornam a distância com a própria distância, entornam à inconstância bem mais inconstância, encaixam conveniências às sanguíneas convivências em toques progressivamente frios e superficiais. Porém, tranquilizo-te, poeta. Deitar-me-ei sobre as mais improváveis considerações. Tuas e minhas, fazendo-as nossas... E assim, sereníssima, consciên

treino

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... E por mais difícil que pareça nesse mundo tumultuado pelo ''barulho visual', é opcional ''escutar'', " ver" ou "enxergar" isso ou aquilo. É claro que a curiosidade, latente em muitos - e em mim, confessa - muitas vezes nos retira o foco e nos dispersamos. E embaçamos as vistas. E impedimos a nós mesmos de enxergar o que realmente importa, o que realmente acrescenta. Mas, há saída. Sempre há e sempre haverá. Hoje me lembrei novamente de um verso que li há tempos da poeta  Sara Reis , (fechava um soneto lindo que prometo trazer qq dia) e tomo como ensinamento pois só há aprendizado se houver exercício, treino e empenho. Então, seja noite ou seja dia, vale muito a pena, mantendo o foco, procurar. E reconhecê-las.... "Treine seus olhos para verem estrelas." Marilene Ferreira de Oliveira  

tal qual beijos

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  ... enquanto anoto as notas que esta nova noite traz nem noto claro o tempo que me olha tão atento pudera, há tanto tempo distraindo-me com o vento e com os rodopios que seu movimento faz nas luas descuidadas, vou alegre, voo assaz buscando um novo ritmo pro velho pensamento e, na contradança, pauso a lira em contratempo com passos de tocar na noite só o que me apraz e quando chega a vez daquelas notas madrugadas - aquelas que contêm estrelas várias, já suadas talvez pelas distâncias percorridas céu afora - me pego olhando o tempo que me olha tão tranquilo - seus olhos, nos meus olhos, deitam a calma e sem sigilo suas notas brisam o vento tal qual beijos que demoram Marilene Ferreira de Oliveira a foto é do Du Nascimento #gratidão

das sementes

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 ... A mesma terra, a mesma água e praticamente o mesmo instante de semeadura. E pelas mesmas mãos. O mesmo tempo: cultivo, cuidado e clima... Umas, rasgaram a terra em busca da luz e do vento. Outras, ainda lutam tentando romper seus obstáculos. É, minha gente... A Natureza ensina e sigo aprendendo: a cada semente plantada, um tempo certo e particular. Respeito. Na vida, também. Marilene Ferreira de Oliveira

faça

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... Muito tenho lido e ouvido sobre esta sentença: ''quem se dispõe a ajudar algúem deve estar preparado para ingratidão.'' Pois bem... Penso que quem tem coragem para fazer o bem não perde tempo pensando em outra coisa se não em buscar cada vez mais maneiras de fazer o bem. Fosse parar pra pensar em quem é ou não grato , perdemos o tempo e a vibe da cooperação. E mais, o prazer do ato de auxíliar uma urgência, uma necessidade latente é tão maior que, particularmente, nem importo se o outro me agradece ou não. Sinceramente. Se eu coopero pensando no retorno, mesmo que em forma de agradecimento, não aprendi ainda o significado da palavra caridade. Na realidade, estou pensando mais em mim do que no outro na medida em que me importo mais com a ingratidão do que na eficácia da minha contribuição. Ou no motivo do beneficiado, entende? Há uma frase corrente há séculos, dita de forma errônea: "faça o bem sem olhar a quem. " Na realidade, a frase original é: " F