PERMITO-ME

Aprendi com a primavera, sem descaso,
a me deixar cortar, perdendo as folhas:
mesmo ficando com esses olhos rasos
aceito as consequências das escolhas

Inútil é insistir ser flor num vaso
que presta a sufocar nossas raízes
entenda, não foi obra do acaso;
eu tenho consciência dos deslizes

Assim, me deixo ir pelas estações
outono invernos e também verões
como se fossem, sempre, as primeiras

Sempre fiel às minhas emoções
permito-me provar das sensações
gozosas a quem sempre volta inteira


PERMITO-ME - Lena Ferreira -

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

pensando na morte

ciclo

ENTREGA