PESCA
Dependurada
e súplice aos pés do vento
roguei
levasse as nuvens do meu pensamento
que,
monocromático, agonizante e em torturas,
movimentava
as atitudes mais sombrias.
Prece
atendida em completude, uma ternura,
mansa
e serena, acorda a calma adormecida.
Agradecida
e já com a alma em vestes de gaze
dedos
de nuvens lilases, colhem estrelas e cometas
dos
olhos úmidos que se abrem num amplo sol-riso
aquarelando
todo entorno ao sabor da morna brisa.
Não
há palavra precisa nesse instante...
Então,
flutuante, com a língua imersa
num
mar salivado por declarações silentes,
nas
ondas quentes, em perfume de maresia,
pesco
o nome soletrado pela alma - minha e tua -
e
que logo vem à boca, num gole só; poesia.
PESCA
– Lena Ferreira – nov.13
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