DOMA
É na solidão, quase sempre sombria,
Que intento a doma das feras do centro
Quem vê só por fora, não sabe que dentro
Há uma avalanche clamando alforria
E essa saga segue, à noite e de dia
Confesso que, às vezes, eu mesma não
aguento:
Num duelo ingrato, moroso, sangrento
Esgrimam sorrisos, tristeza, euforia...
Nessa solidão, um silêncio aparente
Segue cutucando o entorno, estridente,
Como a incitar, nessa espera, o açoite
Essas feras, todas, são tão resistentes
Mesmo assim, insisto na doma, valente;
Não quero, pro dia, o escuro da noite...
DOMA - Lena Ferreira -
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