BRAVURA


Inexplicável a insensatez, o absurdo
que sinaliza o passo incerto e o impulso
do vento avulso e virgem que pinga ojeriza
sobrevoando a pele calma do oceano

Como quem busca faltas fartas, desenganos
segue incitando maremotos abissais
nas águas que nasceram pra serem serenas;
apenas cedem ao vento, explodindo em ais

Inexplicável a insensatez, não só do vento
principalmente dessas águas que, inseguras,
precisam falar da sua força a todo tempo

(com isso, perdem as longas ondas de ternura
e, revolvidas com o alheio comportamento,
esquecem que o silêncio é um ato de bravura)

BRAVURA – Lena Ferreira – mai.14

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