AINDA


Do alicerce ao teto com flocos de lírios, piscavam estrelas como se chamassem a lua enquanto o vento incansável e recorrente, girava o tempo, dispensando argumentos.
A cada giro, outra nuvem, outra viagem que, sem bagagem, tornava-se mais leve e, embora breve, a m o r te c i a pensamentos com sentimentos delicados e difusos.
Na rara pausa, transformado em brisa mole, sussurrava uns goles de riminhas pobres aos nobres que passavam pela rua beijando seus ouvidos com o que não fazia sentido; só para quem sentia.
Do alicerce ao teto com flocos de lírios, chamando lua a lua, ainda piscam as mesmas estrelas purpurinando grãos de poesia e, ainda, o vento gira todo o tempo e não se cansa. Ao contrário, quanto mais avança, facilita a construção que me habita...

AINDA – Lena Ferreira – jun.14

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