outubro
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dos sonhos crudelíssimos que ocorrem
nas noites assombrosas e ainda frias
nascem-me mais vazantes em agonias
que pelos olhos doidos ora escorrem
bem tento afugentá-los mas não correm;
insistem em perturbar-me até de dia
arrastando o passado qual sangria
que não desata e o presente colore
em tons medonhos de um estranho rubro
com os quais, incauta e ingenuamente, cubro
a alma, o corpo e a mente... pesadelo!
conforta-me a chegada de outubro;
nas luzes de seu aceno é que vislumbro
sonhos em sono ameno - hei de tê-los -
*mote - CAMINHO soneto de Camilo Pessanha *
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