DO SOPRO

Sentindo o sopro da palavra ao longe
sussurrada, delicada, sobre a pele nua
se declara, instintiva, pelos poros; sua
gotejando incertos versos de amar baixinho

E tentando ocultar alguns segredos castos
sob as folhas de um outono morno, lento e vasto
retempera as sensações em verbetes voláteis
na viagem onde o embarque não pergunta quando

E do sopro, certas folhas que iam semimortas
reanimam, reverdejam, transferindo o viço
para o pouso desses versos em outras viagens
resguardando a semente do vento inverniço


DO SOPRO – Lena Ferreira – mai.14


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

pensando na morte

ciclo

ENTREGA