ELA
como se flutuasse por um céu gentil
emprestando, ao caminho ternura
distribuindo sorrisos amenos
aos que passassem por ela
Saudava os passarinhos em voo pleno
beijava o perfume das flores entreabertas
e quieta, espalhava o pólen, fértil,
em outros quintais desnutridos
Ao sol do meio-dia, breve pausa
para embriagar-se de vento
Descansada, leve então seguia
à tarde, ao encontro da brisa
distraindo-se entre os arvoredos
com seus medos infantes e segredos
E seguia, sempre nua, sempre lua
ao encontro da noite e, serena,
bordava sonhos no manto escuro
até a próxima alvorada
ELA – Lena Ferreira – nov.14
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