OLHAR DESCALÇO

Com um  olhar descalço e desnudo
andava livre por este mundo afora
umas vezes falante, em outras, mudo
vez ou outra estacionava e, com demora,
bebericava os detalhes da paisagem
de gole em gole, sorvendo as delícias
desses lugares e guardava na bagagem
juntamente com as anteriores notícias


Embriagado, sentava quieto num canto
e rabiscava todas as suas impressões
em versos vários e distribuía um tanto
pra que o vento ventilasse suas emoções
-somente então outro porto escolhia   
para embarcar em mais uma viagem
onde seu olhar desnudo em tudo via  poesia
e descalço, lambia, inteirinha, a paragem-



OLHAR DESCALÇO – Lena Ferreira – dez.14


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