IN
Não foi do mar que me
veio o aviso
Embora ouvisse as aves peregrinas
Dialogando com as densas
ondinas
Como a convencê-las a mudarem o ciclo
Não foi da terra que me veio o aviso
Embora ouvisse o murmurar do solo
Enquanto abria-se às chuvas repentinas
Como a convencê-las a lhe dar o viço
Não foi do vento que me veio o aviso
Embora ouvisse o sussurrar das folhas
Intercalado à queda em cada escolha
Como a convencê-las a lhe dar juízo
Não foi do fogo que me veio o aviso
Embora ouvisse o crepitar e a chama
Dançando sedutora sobre
a cama
Como a convencê-la a
lhe dar sentido
Não foi de fora, não; veio de dentro
O aviso que restituiu-me o centro
IN – Lena Ferreira – jan.15
Comentários