COLO
Vem de longe. Longe e lento. Lento e, leve,
socorre a noite esparramada pelo resfriado solo
onde os meus olhos teimosos, rubros, se debruçam
em lamentos incoerentes, improváveis e inúteis
Fala-me manso e cioso sobre o que quase escuto:
amnésia, lobotomia, rechaço, em falta o que parece prece
possíveis elementos para uma defesa crua e cauta
às memórias doloridas que cochilam em sono breve
Quase escuto, quase entendo, quase, quase, quase...
enquanto não aceito, sussurra macio: esquece, amor, esquece
e, recolhendo do chão os meus olhos pequeninos,
com um olhar de outono, o seu colo reaquece-me
COLO - Lena Ferreira - jun.15
socorre a noite esparramada pelo resfriado solo
onde os meus olhos teimosos, rubros, se debruçam
em lamentos incoerentes, improváveis e inúteis
Fala-me manso e cioso sobre o que quase escuto:
amnésia, lobotomia, rechaço, em falta o que parece prece
possíveis elementos para uma defesa crua e cauta
às memórias doloridas que cochilam em sono breve
Quase escuto, quase entendo, quase, quase, quase...
enquanto não aceito, sussurra macio: esquece, amor, esquece
e, recolhendo do chão os meus olhos pequeninos,
com um olhar de outono, o seu colo reaquece-me
COLO - Lena Ferreira - jun.15
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