DAS MANHÃS SOZINHAS
Ah, vento das manhãs sozinhas
vens passageiro como quase brisa
e suavizas o tom grave da saudade
que, na verdade, grita-me tão perto
Decerto, ouviste as queixas madrugadas
quando, amparada por estrelas frias,
chovia as nuvens dos dias mais largos
em pingos bem magros de desfazimento
Ah, vento das manhãs sozinhas
tranquilo e manso, vens e me abraça leve
e, mesmo que breve, faz-me companhia
despedindo a agonia, a calma toma assento
Decerto, estás somente de passagem
outras paragens de ti necessitam
e solicitam o teu sopro suave e macio
que, mesmo frio, conforta, conforta
Então, vai...
...e leva contigo o meu agradecimento
DAS MANHÃS SOZINHAS - Lena Ferreira -
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