as vezes

a ti que sangra as vezes que me firo
e que me escuta sem que eu nada diga
no pó da ausência que me desabriga
deixo a presença enquanto me retiro
do verso posto as vezes que deliro
- e quase sempre a mente assim me obriga -
trazendo à tona a sensação antiga
da dissonância enquanto me refiro
à toda espera de promessa isenta
e à jura idosa sobre o que apascenta
as folhas que despencam sem contrato
a ti que sangra o meu deserto longo
quisera dar o oásis de um ditongo...
...não fosse a aridez deste hiato




  - Lena Ferreira -

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