não me perturba esse olhar quase cativo
debruçado da varanda
do meu pensamento esparso
e muito menos quando vai assim, lascivo,
e impregna com lavanda
todo o canto em que me espaço
quando desfila descuidado entre
as rotinas,
planta infinitas surpresas
no jardim destas retinas
e essas meninas, que já viram tanto,
tanto
- vida, morte, riso, pranto -
veem-se diante deste espanto:
não se perturbam com o instante
em que as contemple,
mas enlouquecem quando planta um
para sempre
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