INDICO
Assim previu Raquel Naveira
na fortuna crítica do primeiro livro de Luiz Otávio Oliani, o FORA DE
ÓRBITA, em 2007:
“Livro enxuto, simples e profundo. Os concisos poemas têm
oralidade e ritmo. (...) Tenho certeza de que, com elegância, você continuará
esboçando poemas em construções silenciosas”.
Passados dez anos, construída uma trajetória de engajamento
literário e social invejáveis, eis que presencio e me delicio com a premonição
perpetuada no evento POETA SAIA DA GAVETA, dirigido por Teresa Drummond e
coordenado por Neudemar Sant’Anna.
No lançamento dos seus sétimo e oitavo
livros A VERTIGEM DAS HORAS e A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA, contando com a presença
marcante dos poetas Sérgio Gerônimo, presidente da APPERJ, Mozart Carvalho, Jorge
Ventura, Tanussi Cardoso, Celi Luz, Marisa Sorriso, Neli Madsen, Cacau Leal entre
outros tantos poetas singulares, Oliani fideliza a sua estética lírica
consciente da necessidade do burilar a palavra. Sem pressa. Primorosamente.
Destaco, aplaudo e indico:
“despir-se
do indesejado
ofício
do senhor
de palavras
vestir
o poema
apenas
com o necessário”
A ROUPA, página 18 do livro A vertigem das horas.
*
nada nos pertence:
a vida é empréstimo
Deus não cobra
Juros dividendos
o homem
acerta contas
consigo mesmo
nesse juízo
de altos preços
sobra apenas
o legado
com que se sonha
e, se tudo rui
no desmoronar do
corpo,
o que ficará?
num canto da casa
o escritório
a biblioteca
o livro de poemas
A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA, página 13 do livro de mesmo
título.
Evoé, Poeta!
A proposta do INDICO é divulgar poetas contemporâneos
atuantes, livros, páginas, sites, eventos poéticos e afins.
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